19/06/2009

O DEUS QUE INTERVÊM


Essa história aconteceu em Israel em alguns séculos antes de Cristo. O rei de Israel se chamava Ezequias. Pelo fato da nação israelita ser teocrática, isto é, ter a condução do governo nacional dirigida diretamente por Deus através dos oráculos sagrados, em cada época existia um ou alguns profetas que auxiliavam o rei de conformidade com a vontade expressa de Deus. Pois bem, no tempo de Ezequias o profeta principal era Isaías, por sinal, o maior profeta da história de Israel.

Naqueles tempos as nações se auto-afirmavam não pelo desenvolvimento cultural e econômico do seu povo, e sim pelo número de outras nações conquistadas pela guerra. Povo que não guerreava era povo sem identidade, sem perspectiva, sem visão de futuro.

Você sabe que em todos os ciclos da história sempre tivemos algumas nações consideradas “xerifes do mundo”. Normalmente pela força das armas e dos seus exércitos elas deram e dão o rumo da economia, ideologia e política para muitos outros povos. Como exemplo, e para relembrar, cito a Pérsia, Assíria, Babilônia, Roma, Grécia, Estados Unidos, e possivelmente, num futuro próximo, a China.

Durante o reinado de Ezequias quem mandava no pedaço era a Assíria. Quando saía pra guerra deixava um rastro de destruição e sempre mais uma nação escravizada. Já que não possuíam exércitos suficientes para enfrentar os assírios, os reis daqueles povos apelavam para seus deuses. Tudo em vão. Os deuses eram incapazes de conter o ímpeto imperialista de Senaqueribe, rei da Assíria. Até os deuses morriam na guerra.

Senaqueribe decidiu que era a vez de anexar ao seu reino a pequena nação de Israel. Depois de dominar algumas cidades israelitas o comandante do exército assírio chega às portas de Jerusalém para dar o ultimato, ou seja, a ordem de rendição. A alta cúpula do rei de Israel saiu da cidade para ouvir os termos da rendição, enquanto a multidão da cidade sagrada observava de sobre os muros o encontro que poderia determinar o fim da história de um povo.

Os termos da rendição determinado pelos assírios foi o gol contra que mudou o curso de uma história previsível. O comandante assírio disse com toda a soberba, própria de quem pensa que pode passar por cima dos outros: “porventura algum dos deuses das nações que nós destruímos puderam fazer alguma coisa para impedir a nossa vitória? Porque assim como fizemos com os outros povos faremos também com Israel, pois não há deus que possa nos deter! E nem pense o rei Ezequias em continuar enganando o seu povo, dizendo que o seu Deus é capaz de salvar Jerusalém!”

De posse do termo de rendição, com todas as afrontas ao Deus de Israel, o rei Ezequias se dirige ao templo, abre o documento diante de Deus, chora profundamente e faz uma oração expressando grande confiança Naquele que já tinha feito algumas extraordinárias intervenções ao longo da história dos israelitas. Logo depois manda informar o profeta Isaías a respeito dos cruéis intentos de Senaqueribe.

Naquela época o profeta tinha uma intimidade mais palpável com Deus. Sabe o que este disse para Isaías? “Eu sou o Deus criador do céu e da terra e fui comparado a deuses que não existem. Na verdade, fui afrontado pelo rei da Assíria tanto quanto o povo. Afirmo que Senaqueribe voltará pelo mesmo caminho de onde veio, e nenhum dano sofrerá Jerusalém!” Naquele mesmo dia todo o exército assírio foi estranha e sobrenaturalmente dizimado. Ao fugir, Senaqueribe foi assassinado pelos próprios filhos quando cultuava os seus deuses- que não puderam lhe dar vitória e nem lhe salvar!

Diante da história de um povo que ainda sobrevive bravamente, pergunto: Será que o Criador está preocupado em intervir apenas em nossos dramas pessoais, como fez maravilhosamente na vida do secretário da Indústria e Comércio, Júlio Noronha? Penso que não. Intervenções de Deus na história dos povos não são tão incomuns assim. Muitos sistemas de poder, opressores e injustos já foram desbaratados pelo mundo afora. Todos eles têm um fim determinado. Nem sempre pelo envelhecimento dos seus líderes. Às vezes por uma extraordinária intervenção divina. Ninguém perde nada em acreditar nisso. Eu tenho muitos motivos para continuar crendo no Deus Emanuel, isto é, naquele que está bem presente.


Pastor Porto

Membro da Academia Imperatrizense de Letras.


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